Por Luciana Noronha e Romulo Orlandini
Em 2004, três anos após o início das primeiras turmas de licenciatura, foi instituído também um curso de pós graduação lato sensu Especialização em Educação Escolar Indígena, implantado em parceria com o Departamento de Matemática da Unemat. A especialização, com dois anos de duração, já formou quase 100 alunos e tem atualmente cerca de 50 cursantes.
No início, alunos não-índios podiam participar, mas a partir da segunda turma a pós-graduação foi reservada para professores indígenas com licenciatura em diferentes áreas de formação, desde que eles estivessem envolvidos no trabalho de educação escolar indígena. A coordenação da terceira e atual turma de especialização, iniciada em 2011, é feita pela Faculdade Indígena em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Unemat.
A pouco mais de um mês, outro passo importante foi dado. Em maio foi firmado um acordo entre a Unemat e a Universidade de Brasília (UnB) para a elaboração da proposta de um mestrado acadêmico indígena. Graças à sua experiência na área, a UnB, que oferece um mestrado em Sustentabilidade para Terras e Povos Indígenas, deverá auxiliar a Unemat nessa implantação. A partir desse acordo, será assinado um convênio para que a proposta de mestrado seja submetida à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
A abertura do mestrado está prevista para acontecer entre 2012 e 2015. De acordo com a Supervisora de Acompanhamento de Projetos de Pesquisa na Unemat, Iraci Aguiar Medeiros – que faz parte da comissão de implantação do mestrado – o curso será financiado pela Fapemat (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso).
Também recentemente, segundo Iraci,
“a Faculdade Indígena Intercultural recebeu uma estrutura própria, onde o projeto já funcionava como alojamento para os alunos desde a primeira turma”.
Trata-se da antiga sede da escola agrícola, doada à Unemat pelo governo do estado e pela prefeitura de Barra dos Bugres. Em parceria com o Ministério da Cultura, é prevista ainda a implantação, até 2013, do Museu Memória e Identidade Indígena, com o investimento de cerca de 231 mil reais.
Na opinião de Iraci, desde o seu começo o projeto Terceiro Grau Indígena vem caminhando no sentido de virar uma universidade indígena, dirigida por indígenas.Para ela,
“assim que houver um quadro de professores indígenas capacitados academicamente para assumir a Universidade, ela será criada”.
A formação de uma equipe de professores indígenas com qualificação adequada à gestão de uma universidade é, portanto, um dos desafios futuros do Projeto Terceiro Grau Indígena, hoje transformado em Faculdade Indígena Cultural.
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